Ao mapear o pré- Natal As travessuras da véspera após a recente libertação do primeiro da prisão, ‘Tangerine’, levam os espectadores a uma jornada única pelo bairro de Hollywood em Los Angeles. A história começa depois que Sin-Dee, uma trabalhadora sexual transgênero, descobre que seu namorado, Chester, foi trapaceando nela com outra mulher. Conseqüentemente, a mulher acaba embarcando em uma busca maluca pelas ruas da Califórnia para encontrar o último amante de seu namorado e ter um grande confronto. Naturalmente, Alexandra, a melhor amiga e também prostituta de Sin-Dee, é envolvida, apesar de sua autoproclamada aversão ao drama.
O filme traça um relato igualmente cômico e dramático das aventuras selvagens de Sin-Dee, permitindo aos espectadores espiar a visão de mundo da mulher, habilmente traduzida na tela com autenticidade. Portanto, como o filme se esforça para apresentar uma representação realista dos mundos dos personagens, não podemos deixar de nos perguntar se o Donut Time – o restaurante marcante da história – tem base na vida real.
Sean Baker, que dirigiu ‘Tangerine’ e co-escreveu o roteiro ao lado de Chris Bergoch, se esforçou para manter o máximo de realismo possível em seu filme. Portanto, como queria retratar um relato de profissionais do sexo trans em Hollywood por meio do projeto, o diretor achou pertinente incluir o restaurante da vida real, Donut Time, na narrativa. Em meados da década de 2010, quando o filme foi feito, Donut Time ficava na esquina da Santa Monica Boulevard com a Highland Avenue. O estabelecimento funcionava 24 horas por dia, 7 dias por semana e era frequentado por profissionais locais do sexo – especialmente pessoas da comunidade transgênero.
Segundo Baker, a proprietária do estabelecimento, Seang Mak, e sua família permitiam que os moradores locais passassem algum tempo no restaurante. “De um ponto de vista muito prático, você tem um estabelecimento que tem todas essas janelas, então se você estivesse trabalhando na rua — agora, esta é apenas a minha teoria aqui — você está dentro, [e] pode sentar-se lá e fique confortável enquanto observa todos os cantos”, disse o cineasta LA semanalmente em uma discussão sobre o lugar.
Seja pelo mesmo motivo ou não, o local continuou sendo um centro para as trabalhadoras sexuais trans locais. Conseqüentemente, Baker foi inflexível quanto à inclusão de Donut Time no filme, chegando ao ponto de estabelecer que não teria feito o filme se sua equipe não tivesse conseguido garantir o local para a filmagem. No final, o orçamento do filme garantiu a locação, mas não teve condições de fechar o local. Como tal, Shih-Ching Tsou, que interpreta o trabalhador do Donut Time na tela, até atendeu alguns clientes da vida real durante as filmagens do filme.
Assim, Donut Time continua sendo outra faceta da conexão de ‘Tangerine’ com a realidade. Porém, logo após o lançamento do filme, o estabelecimento acabou fechando. O mesmo foi provavelmente resultado da gentrificação da área, liderada por AvalonBay. Baker, cujo filme conseguiu imortalizar Donut Time antes do fim, falou sobre o mesmo e disse: “Não pensei que [Donut Time] iria acabar. É muito triste. Acho que o filme encerrou uma era.”