Há algo melancólico em John Milner, o motorista de hot rod de 21 anos que ainda anda com os adolescentes. É que ele não consegue abandonar o que era, ou que todo o seu ser está ligado a quem ele era para aqueles adolescentes? Acredito que John e Carol são almas gêmeas, se encontrando na hora errada de suas vidas.Dez anos depoisquando ela tem vinte e quatro e ele trinta e um, ninguém se importa. Mas aqui eles iriam. Quantos outros encontros você acha que ele levou para o cemitério de carros? Le Mat deveria ter sido Oscar nomeado. Saber que ele está morto poucos anos depois me assombra em visões subsequentes.
Lindamente escalada como o patinho feio de quatorze anos meio que deu um fora em John, sua atuação é adorável, uma criança prestes a se tornar um adolescente, agindo como ela acha que deveria. Somente quando ela e John se conectam, conversam, ela é ela mesma e a guarda dele baixa. Como Le Mat, ela também deveria ter sido indicada.
O geek do grupo, o pino quadrado tentando se encaixar no buraco redondo. No entanto, ele consegue ser o herói de Debbie, falando com caras durões, levando-os a beber, agarrando-se na floresta, perdendo o carro de Steve, lutando e finalmente admitindo a verdade sobre suas muitas mentiras. E para sua surpresa, ela gosta dele. Nós também.
Esses quatro atores são o coração e a alma do filme, por mais bons que sejam Dreyfuss, Howard, Williams e Ford, eles são aqueles com quem realmente nos importamos.
Embora eu ache que seu trabalho como diretor foi mais selecionar ângulos e planos do que guiar os atores, não se pode negar que foi ele quem criou o filme, ele o escalou, trabalhou na pós-produção. É o filme dele.
Onde começar? Aquelas fotos dos carros reluzentes cruzando o centro da cidade, o restaurante Mel, o pulo, aquele close-up perfeito de Laurie chorando enquanto dançam, a caminhada soberba pelo cemitério de carros e aquela cena ao amanhecer, a corrida. Facilmente o melhor que vi naquele ano.